domingo, 29 de agosto de 2010

Recortes

Na Bienal
Na fila esperando para entrar no Salão de Ideias. Logo atrás de nós, mãe e filha. A mãe falava com o marido no celular. A filha sorria sem parar olhando ao redor. Acho que tinha uns 14 anos. A mãe olhava para ela e dizia ao telefone: Você não vai acreditar! Ela até tirou fotos. Tirou foto com o livro gigante, com Monteiro Lobato... e continuou enumerando as fotos ... até que finalizou ... Acho que descobri o segredo para ela querer tirar fotos.
Olhei para menina, e sorri. Reconheci nela a adolescente que fui um dia.


No Museu da Língua Portuguesa
Domingo de manhã fomos ao Museu da Língua Portuguesa. Amo aquele lugar. Passeamos pelas palavras, aprendemos sobre a nossa língua, nos deliciamos com os neologismos do Guimarães Rosa. Até que chegou a hora de assistirmos ao filme de 10 minutos sobre as origens da língua portuguesa. Estavámos no auditório, na nossa frente um casal com a filha pequena. A menina estava sentada entre o pai e a mãe. O pai explicava para ela a próxima atração na Praça das Palavras. - Ali, filha, as palavras são projetadas no teto, nas paredes, são poesias ... A menina disse: - Ah! Pai, então foi por isso que você me trouxe aqui? Por causa das palavras. O pai olhou encantado para filha. Deu um beijinho na sua bochecha. - É, filha, porque agora você é uma menina das palavras!
Olhei para eles e sorri. Depois chorei.

Na Praça das Palavras
Aproveitei o escuro e chorei mais ainda no meio do céu estrelado de palavras.

Nenhum comentário: