domingo, 27 de maio de 2012

Onde histórias se cruzam em cenários diversos.

Cenário 1.
Logo que vim morar em Curitiba conheci a Família Folha. Família Folha, pra quem não sabe, foi o simbolo da campanha de reciclagem. Gostei das folhas e não sei porque comecei a chamar a minha própria família de Folha. Folha Mãe, Folha Pai e nós, filhos, folhinhas. Pegou. Ligo em casa e pergunto para minha mãe: -O Folha está?

Cenário 2.
Há alguns anos, um moço mineiro resolveu aventurar-se pelo Mato Grosso, terra selvagem, cheia de oportunidades. Na mesma época, moça paulista, pegou carona em um ônibus de estudantes, também para o Mato Grosso. O prefeito da cidadezinha fazia a recepção aos estudantes, aproveitou e chamou amigos, entre eles, um engenheiro mineiro. Moça ao descer do ônibus, tropeça, cai, machuca o joelho. Engenheiro vai acudir. Jeitinho mineiro, já de olho na moça que choraminga. - Chora não, ele diz, conheço remédio bom. Minha mãe me ensinou. Não tem erro. Posso? E sem esperar resposta ou reação, abaixa-se e tasca um beijo no joelho da moça. Deu casamento. Esse dia é até hoje comemorado - 19 de Abril - Dia do Índio - Dia do Conhecimento.

Cenário 3.
Cartão comemorativo ao Dia do Conhecimento, 44 anos depois.

"Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo." Neruda


Cenário 4.
Chorei, filha de folha plantada no peito que sou.