quinta-feira, 29 de julho de 2010

Abre parênteses ou colchetes...

Porteira
Sou uma pessoa urbana, gosto de cidade. De ar condicionado. De asfalto. De porta. Portão. Enfim, gosto das coisas da cidade.
Detesto inseto. Inseto que voa. Inseto que pula. Inseto que rasteja. Inseto que anda. Inseto que existe. Detesto. Mas sou filha de fazendeiro e sendo assim, vou à fazenda, às vezes.
O Vini ama fazenda, adora andar à cavalo. Anda no pasto no meio do gado. Coisa impossível para mim que sempre acho que tem uma vaca me olhando. Ele vai para fazenda com o avô.
Final de semana passado, fui para fazenda também. Como eu estava sentada na frente, ao lado do motorista, teria que abrir as porteiras.
Abri a primeira. Abri a segunda. Chegando na terceira o Vini diz:
- Eu só sei abrir porteira. Não sei abrir colchete.
- Filho, eu não sei nem o que é um colchete.
Ele riu de mim. Apontou o tal do colchete que já estava aberto.
Eu fiquei com cara de ... abre parêntese que eu vou explicar que sou urbana... adoro cidade ... e, veja bem, uso colchete quando escrevo.

Colchete

domingo, 18 de julho de 2010

Prece

“Deus de vez em quando me tira a poesia.
Olho para uma pedra e vejo uma pedra”
                                         Adélia Prado

As pessoas tem me cobrado que não escrevo mais. Eu me cobro, por que será que não escrevo mais? Ontem me lembrei do que Adélia Prado disse. Acho que é isso, ando carecendo de poesia.

Faço então uma prece

Deus, por favor,
me devolve a poesia,
me devolve a palavra
me devolve o sentido
queria olhar pedra e ver...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eu acredito em Fadas.

Vini contando que a Fada do Dente esteve lá em casa. A prima que tem a mesma idade (6 anos) comenta que não acredita mais em fada, é a mãe dela que coloca o dinheiro embaixo do travesseiro. 
Lá em casa a Fada do Dente ainda vai, afirmo. Ela ri, descrente.
No meu quarto sempre aparecem fadas. Ela responde que aquilo é reflexo de Sol.
Eu me sinto acuada e pergunto:
- Bibi, que graça tem essa vida se não acreditamos em Fadas?
- Ah, tia Nanda, eu não acredito em Fada, mas acho que tem muita graça!

domingo, 4 de julho de 2010

As Vuvuzelas, os bafanas, a Jabulani e a nudez de Maradona

A Seleção Brasileira volta para casa. Confesso que assisti, torci, gritei, vibrei pouco nessa Copa. Mas ouvi muito, porque é impossível não ouvir as vuvuzelas. Aprendi com elas, as vezes é necessário ter boca de vuvuzela para se fazer ouvida. A Copa da África vai ser sempre lembrada como a Copa do Barulho. Imagina que desespero assistir um jogo no estádio Soccer City com mais de 80.000 vuvuzelas. Uma aqui em casa já me enlouquece. O Vini ganhou uma vuvuzela original, sul africana, que vem com dicas de como fazer mais barulho. Como se fosse necessário. Acho que nesse quesito os bafanas vão longe.

Falando em bafana. Gosto do som das palavras em zulu, um dos dialetos sul africanos. Bafana, bafana, dá vontade de ficar falando: ba-fa-na. Adoro também jabulani. Ja-bu-la-ni. A bola pode ter sido criticada, mas a palavra tem gosto bom.

Mas o melhor de tudo nessa Copa foi que tivemos a oportunidade de NÃO ver o Maradona pelado.
E isso não tem preço.