segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Lições
Eu e o Vini assistindo Wall -E.
- Porque deixaram ele na Terra se todo mundo foi embora?
- Acho que esqueceram ele, filho.
- Deve ser solitário ficar sozinho, mãe
- É, filho, deve mesmo.
Nos abraçamos no sofá.
domingo, 29 de agosto de 2010
Recortes
Na Bienal
No Museu da Língua Portuguesa
Na Praça das Palavras
Aproveitei o escuro e chorei mais ainda no meio do céu estrelado de palavras.
Na fila esperando para entrar no Salão de Ideias. Logo atrás de nós, mãe e filha. A mãe falava com o marido no celular. A filha sorria sem parar olhando ao redor. Acho que tinha uns 14 anos. A mãe olhava para ela e dizia ao telefone: Você não vai acreditar! Ela até tirou fotos. Tirou foto com o livro gigante, com Monteiro Lobato... e continuou enumerando as fotos ... até que finalizou ... Acho que descobri o segredo para ela querer tirar fotos.
Olhei para menina, e sorri. Reconheci nela a adolescente que fui um dia.
No Museu da Língua Portuguesa
Domingo de manhã fomos ao Museu da Língua Portuguesa. Amo aquele lugar. Passeamos pelas palavras, aprendemos sobre a nossa língua, nos deliciamos com os neologismos do Guimarães Rosa. Até que chegou a hora de assistirmos ao filme de 10 minutos sobre as origens da língua portuguesa. Estavámos no auditório, na nossa frente um casal com a filha pequena. A menina estava sentada entre o pai e a mãe. O pai explicava para ela a próxima atração na Praça das Palavras. - Ali, filha, as palavras são projetadas no teto, nas paredes, são poesias ... A menina disse: - Ah! Pai, então foi por isso que você me trouxe aqui? Por causa das palavras. O pai olhou encantado para filha. Deu um beijinho na sua bochecha. - É, filha, porque agora você é uma menina das palavras!
Olhei para eles e sorri. Depois chorei.
Na Praça das Palavras
Aproveitei o escuro e chorei mais ainda no meio do céu estrelado de palavras.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Bienal do Livro de São Paulo. Eu Fui! Nós fomos!
No Salão de Ideias, assistimos Moacyr Scliar, Ana Maria Machado e Contardo Caligaris falando sobre o AMOR. Ana Maria e Moacyr estavam lançando o livro: Amor em Texto e Amor em Contexto. O livro fruto de ma conversa entre eles sobre o amor na vida e na literatura.
Deve ser bom de ler, porque o bate papo entre os três com muitas risadas, reflexões, indicações de leitura e histórias pitorescas. Valeu!
Moacyr começou contando sobre uma paixão da adolescência, uma paixão devastadora, que lhe tirou o sossego, o apetite e a inocência. Depois de muitas anos teve a oportunidade de rever esse amor em uma de suas viagens. Queria entender um pouco mais daquele amor. Não chegou a conversar com a mulher, mas ao olhar para ela se questionou: Todo aquele amor por causa dela? (dela com desdém). Ele ri, todos riem. E Contardo conta sua história de amor. Também de uma amor devastador que depois de 35 anos teve a oportunidade de rever. Conta que chegou a procurar o telefone da tal mulher na lista telefônica, mas se deteve ao lembrar de um colega que vendia charutos cubanos em Genebra: Nunca acenda de novo um charuto que se apagou...
E assim continuou a conversa, divertida e deliciosa.
E assim continuou a conversa, divertida e deliciosa.
Andar pelos corredores, apinhado de gente que gosta de ler, tem um sabor bom. Ouvir conversas de gente que gosta de ler, tem sabor melhor ainda. Andar pelos corredores, ouvir conversas e desfrutar desse mundo com a minha irmã (pela primeira vez) tem sabor inesquecível.
domingo, 15 de agosto de 2010
Prêmio São Paulo de Literatura e Nasce uma Estrela.
Já contei aqui que no ano passado participei da Oficina de Romance do autor Raimundo Carrero durante a Bienal do Livro de Curitiba. No primeiro dia da oficina, Raimundo disse que seu novo livro A Minha Alma é Irmã de Deus estaria nas livrarias, recém lançado. Ele pediu licença e saiu para procurá-lo.
Voltou logo, com um sorriso largo e o livro em mãos. Olhava para o livro com amor. Folheava as páginas com delicadeza, fazia um carinho discreto na capa.
Levantou a cabeça, encarou os seus alunos e disse com voz embargada:
- Vocês me desculpem, mas mesmo depois de tanto tempo, ter em mãos um livro recém lançado ainda me emociona.
Voltou logo, com um sorriso largo e o livro em mãos. Olhava para o livro com amor. Folheava as páginas com delicadeza, fazia um carinho discreto na capa.
Levantou a cabeça, encarou os seus alunos e disse com voz embargada:
- Vocês me desculpem, mas mesmo depois de tanto tempo, ter em mãos um livro recém lançado ainda me emociona.
Lógico que me emocionei também.
Semana passada li que o mesmo romance recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura 2010, na categoria Melhor Livro do Ano. Enquanto lia a matéria no jornal sobre a premiação, me lembrei daquela manhã em que o livro recém nascido era admirado por seu pai. É sempre bom ver um filho trilhando um caminho bonito...
Meu livro premiado e autografado. |
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Que toquem os tambores...
Quanto eu tinha 15 anos inventei que queria se budista. Não me lembro o que me motivou, só sei que resolvi conhecer mais sobre a vida do Buda. Comprei um livro, acho que era uma espécie de biografia resumida e falava sobre os princípios do budismo. Veja bem, eu tinha 15 anos, era uma adolescente ... desisti de ser budista, mas guardei no coração o ensinamento sobre caminho do meio.
Depois de conhecer um pouco mais sobre o budismo, fiquei curiosa para saber mais sobre outras religiões, filosofias, doutrinas e etc. Li muitas coisas, aprendi algumas, relembrei outras e sobretudo, vivi muitas experiências boas. O caminho espiritual é algo muito importante na minha vida, busco respostas e faço perguntas o tempo todo.
Há algum tempo entendi que meu coração é essencial para minha busca espiritual. Ele sabe das coisas, e decidi ouvi-lo mais. Acho que por isso resolvi ter meu próprio tambor. Participei de uma Oficina de Tambor e fiz o meu instrumento. Só depois fui pesquisar um pouco sobre o tambor. É, coração sabe mesmo das coisas! Que toquem os tambores ...
O TAMBOR
O tambor é o instrumento musical mais antigo que se tem notícia no planeta terra e o seu toque faz despertar a nossa consciência ancestral coletiva, poderosos arquétipos adormecidos na nossa memória inconsciente, de milhares de anos atrás, quando estávamos conectados aos ciclos da terra, da lua, do sol e das estrelas. (do nosso coração!)
O SOM DO TAMBOR
existem várias batidas para o tambor, guerra, cura, etc. A batida de cura, faz o nosso coração entrar em uma ressonância magnética, em uma freqüência mais baixa, entre 8 e 9 ciclos por segundo, chamado de estado alfa, e é a mesma vibração da terra, chamada de Ressonância Schulmann, que é a vibração do “coração” da mãe terra. Neste estado saímos da freqüência cerebral beta, característica do hemisfério cerebral esquerdo, do mundo material, dos cinco sentidos físicos, para o hemisfério direito, feminino, intuitivo, holístico, e conectado ao todo da natureza. Esta vibração ativa o timo. O som ancestral do tambor também funciona como um chamado para as forças da quarta dimensão que estão sintonizados com estes processos naturais de cura.
fonte: http://frequenciasdeluz.com.br/
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
A Cacau.
A Cacau foi uma excelente cachorra. Era brincalhona e aceitou muito bem a chegada do Vini em casa. Não me obedecia. Recebeu treinamento. Nunca fez nada do que foi treinada. Mas era nossa amiga. Gostava de carinho. Bastava a intenção de fazer carinho que ela já se deitava, largada no chão, entregue ao carinho. Foi uma excelente mãe. Cuidou muito bem dos 8 filhotes, mesmo quando eles ficaram impossíveis e não a deixavam em paz. Quando o Vini era pequeno ela teve paciência e deixou que ele a montasse, já maiorzinho ele gostava de tentar laça-la como um bezerro. Sempre suspeitei que a Cau tinha alma de vaca, e gostava de pastar. Ela gostava de jogar futebol com o Eduardo e com o Vini, apesar de monopolizar a bola. Gostava também de comer os ossos que o Vini levava e dormir de barriga para cima.
domingo, 1 de agosto de 2010
O Homem Invisível
Cuidado com o que você pede.
As palavras têm poder mágico.
Você pode ser atendido.
E mesmo assim o homem pedia: quero ser invisível.
E de tanto pedir ele foi atendido.
Ninguém mais o viu, nem falou com ele, nem ouviu o que ele tinha a dizer.
O homem sumiu.
Pra sempre.
As palavras têm poder mágico.
Você pode ser atendido.
E mesmo assim o homem pedia: quero ser invisível.
E de tanto pedir ele foi atendido.
Ninguém mais o viu, nem falou com ele, nem ouviu o que ele tinha a dizer.
O homem sumiu.
Pra sempre.
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