sábado, 15 de maio de 2010

O português nosso de todo dia.

      Não sou uma pessoa observadora, sou capaz de ficar horas conversando com alguém e não saber que roupa esse alguém estava usando. Mas, algumas coisas me chamam atenção e para essas coisas sou chata, muito chata.
      Por exemplo: quem fala errado, tipo, não usa a concordância correta, desconhece plural. Pessoas que ´sobem para cima e descem para baixo´ me incomodam.
      Tive um conhecido que sempre dizia: -Mas, assim, eu vou ´se ferrar´. Acho que se ferrou mesmo, coitado. Corrigi tanto o Vini que agora ele fala: Mãe, eu vou MEEEEEE trocar.
      Já o ´eu vou estar agendando ou eu vou estar falando depois de estar agendando´ me divertem.
      O pior para mim ainda são as pessoas que não `tinham chego`. E se eu respondo, sendo bem simpática: Ah! Ela não tinha chegado. Geralmente as pessoas me olham com dó. Coitada, não sabe que está falando errado. Tenho que confessar que um dia falei ´chego´, só para não discordar do senso comum. Depois rezei três Aves-Marias e um Pai Nosso pedindo perdão.
      Mas entendo que o português é uma língua difícil, que todo mundo comete erros. E ao cometer um erro, faça como eu: eu vou estar rindo de si mesma, antes de ter chego,  só pra não se ferrá.
Deus me livre!

2 comentários:

Ju Haghverdian disse...

hasuhaush essa foi ótima Fê.

Eu sou daquelas que sente vergonha pelos outros, não consigo corrigir alguém que eu não tenha realmente intimidade. Mas sinto vergonha por aquele que conversa comigo falando gramaticalmente incorreto - "ele disse pra MIM fazer o trabalho" - "A gente fomos pro show..." -

Mas gerundismo é o Ó di ÓRRIVI!
Eram poucos os que usavam quando eu saí do Brasil e há alguns meses atrás minha mãe conversando comigo começou com um "vamos estar fazendo", "vamos estar comprando", "estará sendo feito"... Jizuizi, isso me dói os nervos... cortei as asinhas dela antes que ficasse pior.

Como professora, eu sou a favor da auto-correção... quando alguém fala errado, eu continuo falando o correto até que a pessoa perceba, funcionava nas minhas aulas de ingês e evitava interrupções porque meu foco era o diálogo, não importava se estava errado, o importante era a conversação... já em português nunca consegui atingir meu alvo assim, a não ser com aqueles que eu realmente corrigi.

Que graça!

Unknown disse...

olá,

Dói ouvir "menas" "trabisseiro" "meia cansada", etc.
e também repetimos alguns provérbios ou frases que não temos a MENOR idéia de onde veio ou como começou a ser falada e nem o que ela significa. por exemplo: "fazer nas coxas", "dourar a pílula".
de qualquer forma AMEI conhecer teu "cantinho".
beijos

Eli