Amo livrarias. Pra mim é um lugar sagrado. Templo das palavras.
Gosto muito da Travessa do Rio. Adoro ficar horas me perdendo e me achando no meio de tantas palavras. Meu dedos passeiam pelas lombadas dos livros. Olho as capas, folheio as páginas e sou subitamente atacada por uma angústia: nunca vou conseguir ler tudo que quero ler. Nem se eu não fizesse mais nada na vida, só lesse, ainda assim, não seria possível. Pensamento dificil. Deveria ter começado antes. Muito antes. Sempre rio desses meus pensamentos, o bom é ler agora e ponto. Funciona até o próximo ataque.
Na última vez, estava na Travessa de Ipanema. Lá no fundo, perto da sessão infanto juvenil, vi uma mãe com suas duas filhas. A mãe estava sentada em uma poltrona e lia um livro. A filha mais velha, acho que com uns cinco anos, também "lia" um livro. Nada de extraordinário - à primeira vista. Mas, o extraordinário da cena, era que a menina de cinco anos lia o livro e mostrava as figuras para a irmãzinha menor no carrinho. Um bebê! A Juju.
E a irmã dizia: - Olha, Juju, um peixe. Juju, o peixe encontrou a mãe dele. Nossa, Juju, ele pulou de tanta alegria. E Juju, deitadinha no seu carrinho, olhava atenta, balançava os bracinhos e levantava os pezinhos. Coisa mais linda de ver.
Eu, nada discreta, fiquei olhando a cena e me deliciando com a leitura e com as reações da Juju.
Um senhor que estava por perto também se encantou e olhou pra mim sorrindo.
Coisa do templo das palavras.
Seria tão bom se um dia Juju se lembrasse disso.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
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Um comentário:
E se a Juju não lembrar, ela vem aqui no seu blog e lê... Talvez, isso seja até mais legal do que lembrar...
; )
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