Meu afilhadinho mais novo teve que fazer uma cirurgia. Era um problema congênito. Fiquei com os pais sentada na frente da porta do centro cirúrgico esperando. Espera difícil. O tempo parecia não passar. Eu falava sem parar tentando distrair os pais, mas na verdade eu estava tão nervosa quanto eles.
Nessas horas as pessoas sempre ficam mais solidárias, afinal estão passando pela mesma dor, outras mães, pais, irmãos, tios e tias também esperavam notícias de suas crianças. Começamos a conversar.
Uma mãe esperava a filha prematura que estava fazendo uma cirurgia no coração, era um bebezinho. A outra mãe dormia sentada, cansada por dias e dias acompanhando o filho. Uma família esperava uma criança que estava fazendo uma cirurgia crânio-facial. Casos sério, complicados, de risco. Fiz uma prece pelas crianças e agradeci por estarmos lá por um motivo mais simples. Embora sério, não era uma cirurgia complicada.
Meus olhos encheram de lágrimas quando a menininha que estava sendo operada do coração saiu. A cirurgia tinha sido um sucesso. A mãe chorava abraçada ao pai.
As vezes precisamos da comparação para entender certas coisas.
Naquele momento, eu entendi.