Ando nostálgica, são pequenas lembranças que me fazem suspirar, estou relendo livros, revendo filmes, falando de memórias da infância. Talvez por tentar sentir coisas já sentidas, vontade de sentir o gosto que essas memórias deixaram em mim, acho colecionar memórias é a mais doce forma de nostalgia. Ando lembrando muito da minha casa, a casa que morei na infância e adolescência e de todas as suas árvores. Dos cajueiros que meu avô plantou que sempre foi para o meu pai uma forma de tê-lo por perto, mesmo quando ele se foi. A primeira Pitangueira que minha mãe trouxe da casa da minha bisavó, mãe de todas as outras pitangueiras - a neta ainda está na família, mora na sacada dos meus pais, no apartamento para onde eles se mudaram. Lembrei do meu pessegueiro que plantei com meu pai no dia que fiz quinze anos, uma tradição que começou com minha irmã. Meu Pessegueiro nunca foi muito feliz lá, faltava a ele uma companheira. Plantamos a companheira, a união deu um fruto, que foi enviado pelo correio para mim. Meu pai plantou um coqueiro anão, que em alguns anos se transformou em um gigante. E a limonada (hoje seria chamada de orgânica), cada dia com uma espécie de limão, tínhamos três espécies. Ah! a fruta do conde, doce feito mel... Percebo como a nostalgia pode ter gosto de salada de frutas ...
Minha casa tinha árvores,
Onde cantavam os sabiás;